Imagem criada e editada por Sara Melissa de Azevedo para o Castelo Drácula

Acordei um dia crendo não ser amado
Com um soluço guardado que não saiu de mim
Era um palpite dos amores mal empenhados
Que tão logo se foram sem ter outro jeito
E uma palpitação no peito que fica, enfim

Comecei a raspar com a lima meia-cana
No golpe do aço, torcendo a pua até que atravessa
O atrito que deforma e lasca a beirada
Esculpindo o xadrez peça a peça
Mas cada uma das peças foi alterada
Eu que inventei esse jogo deixei de criar
as regras, abdiquei de fazer as jogadas

Acordei aquele dia crendo não ser amado
Ah dia, tornaste em mim noite mais cedo
O sol, grande amor, não quer e não se mantém
No desamparo da noite, eu com a lua nos braços
Com a janela do quarto aberta e o medo
Que na manhã seguinte ela me deixe também.

Texto publicado na Edição 11 - Somníria, do Castelo Drácula. Datado de dezembro de 2024. → Ler edição completa

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